domingo, 29 de setembro de 2013

forgiving


Gostava de ser detentora da capacidade de perdoar os outros facilmente, mas por muito esforço que empregue nessa tentativa, não sou capaz. Leva tempo até às minhas chagas sararem, até ao sangue estancar e as cicatrizes não passarem disso mesmo. Gostava de poder dizer " Eu perdoo, mas não esqueço" e ser totalmente verdade, mas não é. Eu não esqueço, de facto. Mas também não perdoo de imediato. Não confio em qualquer um à toa, e até que essa confiança seja desenvolvida outra vez, muitas provas são precisas. Sim, gostava de ter essa capacidade de mandar tudo para trás das costas e deixar tudo ficar lá, mas não consigo. Muito do que vai para trás das costas fica agarrado às mesmas, à espera de uma oportunidade para voltar a assombrar-me. E volta, sempre, fazendo de mim uma escrava do passado. Transformando os meus pensamentos em pesadelos, os meus sorrisos em lágrimas e a minha vida num tormento. 

2 comentários:

  1. É a tua maneira de ser e a forma que tu tens para te proteger. Acho que não deves tentar mudar isso até porque a culpa não é tua :)

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  2. R: Oh, és tão querida! Obrigada :)

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"Se há um livro que queres ler, mas que ainda não foi escrito, então deves ser tu a escrevê-lo."