sexta-feira, 8 de novembro de 2013

wordless


São tantas as vezes em que me sento nesta cadeira e me deparo com este mesmo problema. Que palavras usar desta vez quando todas elas já foram gastas?
 Já não há palavras que traduzam o que em mim está enterrado. Já não há expressões que eu possa usar para descrever este turbilhão de pensamentos e sentimentos que se atropelam no interior da minha alma. Se já não há maneira de os transmitir, se desabafar é já um ato tão banal, o que raio estou eu ainda aqui a fazer? Eu preciso disto. A minha força alimenta-se daquilo que eu deito cá para fora, da raiva que deixo escapar por entre palavras inacabadas e da dor que deixo fugir por entre suspiros acentuados e sentir que não tenho mais como me expressar, esmorece os esforços que faço diariamente para me manter estável.
Sinto a estabilidade a escapulir-se de mim, como areia que foge por entre os dedos, sem que eu ache a capacidade de a agarrar. Sinto todo o meu corpo a tremer de novo e o medo de voltar ao passado a apoderar-se de mim. Que palavras usar quando todas as possíveis já foram utilizadas? Com que letras pintar tudo aquilo que já não sei como transmitir?
Tudo o que vejo à minha volta é confusão. Que estou ainda aqui a fazer? 

-Votem no vosso texto favorito do Desafio Let It Speak, aqui-

2 comentários:

  1. Como seres humanos, como seres racionais, vamos sempre ter dúvidas e algumas delas nunca vão desaparecer. No entanto, espero que encontres resposta para todas as tuas dúvidas ou que aprendas a viver com elas :)

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"Se há um livro que queres ler, mas que ainda não foi escrito, então deves ser tu a escrevê-lo."