Já me habituei à dor, às noites em branco sem companhia, às lágrimas incessantes que já nem procuras compreender. Creio que a vida, na sua enorme crueldade, já me habituou ao frio que me vela a noite e aos pesadelos que me fazem acordar com lágrimas nos olhos. Já me habituei a que me abandones quando mais preciso de ti, a que ponhas tudo à minha frente e a que não lutes por mim quando sabes que preciso de sentir que ainda me queres. Já me habituei à tua irritabilidade perante a minha fragilidade e às tuas palavras ácidas quando não entendes aquilo que te tento transmitir. Se sou um peso tão grande, deixa-me. Diz-me que não me queres. Pára de fazer esforços porque o amor não pode ser feito deles quando nada há porque esforçar. Se me vais abandonar à noite e deixar-me entregue ao meu coração desfeito, então não me digas que me amas, não me faças acreditar nisso se depois me atiras para o abismo e me vês ser despedaçada sem intenção de me salvar. Aceito que já não me ames, aceito até que já não me suportes, mas enquanto me disseres que me amas, eu vou, na maior das ingenuidades, contar contigo para me ergueres do chão quando as forças me falharem. E se não estiveres, eu vou destruir-me com a esperança arruinada e rasgar a alma por não aguentar a dor. Por isso, por favor, não me iludas. Se me amas, não me abandones. Mas se me vais abandonar, não ouses nunca amar-me.
O inicio deste texto é tão triste ... e sinto-me como tu imensas vezes :s
ResponderEliminarEscreves muito bem, mesmo!
não tens que agradecer! se o teu blog está naquela página é porque gostam mesmo dele :) beijinhos
ResponderEliminar