quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Sociedade vs. Amor


Quando a sociedade dita uma regra, há duas opções: seguir com o rebanho ou contrariar os padrões e agir segundo aquilo que nos faz sentir preenchidos. E então no que toca ao amor, as leis da sociedade tornam-se absurdamente limitantes e injustas. 
Se eu e ele pertencermos ao mesmo estrato social, podemos amar-nos. Se formos da mesma idade, podemos amar-nos. Se formos de sexos diferentes, somos livres de estar juntos. Se tivermos a mesma religião, não há problema. Se partilharmos a mesma cultura, o amor é possível. Mas é aqui que as leis da sociedade falham. Porque se eu quiser amar alguém que não se enquadre no meu nível social, que seja mais novo ou mais velho, que seja judeu ou muçulmano, mil dedos me serão apontados. E muito embora nada disso me impeça de amar esse alguém, serei sempre vista como uma abominação da natureza por ousar cruzar os limites impostos pela sociedade. Mas pensando bem nisso, seria o nosso amor menos amor por não sermos iguais? Ou estará a sociedade indubitavelmente errada nas suas convenções? 
E se eu escolher amar alguém que não se enquadra no padrão daquilo que a sociedade designou para mim? Deverei eu pôr de parte a minha felicidade, a minha realização pessoal, as borboletas no estômago e o sorriso impertinente, só porque a Sociedade assim o dita? Não. Recuso e sempre hei de recusar a reger-me por leis que ninguém instituiu, mas que todos parecem corroborar e aceitar inegavelmente, acusando aqueles que são loucos o suficiente para não se cingirem a essa realidade intolerável.
Mas loucos não são os que se atrevem a cair nas teias traiçoeiras do amor que neles incute uma felicidade desmedida. Loucos são, esses sim, aqueles que escolhem ser mais uma ovelha no rebanho, renunciando a algo, a alguém que lhes daria o mundo se a contenda socialmente aceite assim o permitisse. Mas a grande questão que ponho a mim própria e a quem me quiser ouvir é: o que fará de mim alguém melhor, ser uma louca apaixonada ou uma resignada ovelha? Apercebo-me então que a resposta é fácil. Eu serei sempre uma louca. Até porque nunca gostei muito de ovelhas.  

6 comentários:

  1. gostei imenso do que escreveste, e concordo em tudo o que disseste, entre ser louco por amor e ser mais um no meio dos outros, venha daí a loucura! :b

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  2. Como te percebo. O medo às vezes inunda-nos. Temos medo da reprovação e eu pelo menos tenho algum, embora agora tenha optado, pelo meu próprio bem assegurar-me que deixo bem claro o porquê de ser como sou e fazer o que faço. A maioria das pessoas não entende que queremos fazer as coisas à nossa maneira e que não temos de ser todos iguais. E quando nos diferenciamos, está o caldo entornado... Enfim, há que ter um pouco de paciência e rebeldia, ao mesmo tempo. E eu acredito que vais vencer essa luta! :)
    Beijinhooo

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  3. Não podias ter dito melhor. É triste, mas é a realidade. Concordo com tudo!

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  4. gostei bastante da forma como expuseste a situação! Pôr de parte a nossa felicidade só porque a sociedade diz isto ou aquilo é ridículo...

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  5. Tu continuas a escrever tão bem! E adorei ver o que aqui defendes, não podia estar mais de acordo :)
    PS: Respondi-te ao mail. Perdoa-me a resposta tardia e a ausência também! Tive saudades tuas, linda :')
    Assim que vires este comentário, diz-me qualquer coisa.

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  6. R: Já te respondi também. Agora, vai estando atenta ao mail que eu vou me esforçar para responder com frequência (:

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"Se há um livro que queres ler, mas que ainda não foi escrito, então deves ser tu a escrevê-lo."