quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Recortes do Passado #7 ♥


21 de Setembro de 2012. Mais um dia normal. Estou cansada, mal consigo manter os olhos abertos e a mente desperta, e só eu sei o esforço que faço para escrever estas palavras. Mas tenho de o fazer. Necessito de expulsar esta nostalgia, raiva e tristeza de dentro de mim. Consomem-me e torturam-me e, ainda que não queira perecer, as forças falham-me. Sinto-me fraca e consumida por um sentimento que não sei expressar. 
A minha mente encontra-se confusa e desgastada, e, depois de uma semana exaustiva, sinto-me prestes a desistir. Vagueio perdida entre dois mundos, dividida entre dois dialetos. 

18 de Outubro de 2012. Os dias continuam a passar e vejo a vida passar-me à frente dos olhos como um tornado, rápida e difusa. 
Meti-me numa encruzilhada e temo já estar tão embrenhada nela que, ao escapar, possa sofrer as consequências cruas e danosas dos meus atos. As consequências que seguir o meu coração pode trazer.
Olho ao meu redor e vejo espelhado nos rostos que me são conhecidos, as verdades que as bocas não pronunciam. Pergunto-me se será normal sentir-me tão deslocada por vezes. Pergunto-me se será uniforme por entre as mentes que me rodeiam ou se serei a única a questionar a verdade intrínseca da vida. Da minha existência.
Como já tantas vezes me disseram, não posso alimentar tanto rancor em mim. Era suposto ter certas dúvidas, mas deixá-las para trás em busca de nova aventura. E como eu gostava de me assemelhar aos que me rodeiam, obedecendo a essa regra. Mas não é assim que eu sou, não é assim que ajo e penso. Sempre guardei e sempre guardarei as falhas, os erros e as desilusões no meu coração e na minha mente. Irei sempre lembrar o mal que foi feito e, não raro, mas também não ocorrente, o que de bom foi efetuado. 
Por vezes, chegamos a duvidar e a questionar quem serão aqueles pelos quais valeu a pena lutar. Quem são aqueles que nos irão segurar nas quedas e respeitar nas decisões. Quem estará lá incondicionalmente. 
Se acharmos dentro de nós a resposta "Ninguém", é hora de recomeçar.

5 comentários:

  1. "Pergunto-me se será normal sentir-me tão deslocada por vezes. Pergunto-me se será uniforme por entre as mentes que me rodeiam ou se serei a única a questionar a verdade intrínseca da vida. Da minha existência." - Não sei se é normal ou não, mas também eu penso tantas vezes da mesma forma que tu e sinto algo tão semelhante ao que sentes. (E eu também acho que deva recomeçar...)
    Isto é de um diário? Quem me dera que o meu diário estivesse assim tão bem escrito haha

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  2. (Só agora é que vi o teu comentário haha Bem, a rapariga teve um 19,4 no teste... Mas, tirando outras duas pessoas, o resto da turma teve negativa. Então a professora decidiu fazer uma ficha complementar que vale 1 valor, e a mulherzinha em vez de se ficar pelo 20 achou que tinha mesmo de dar o valor inteiro à rapariga e rebentar as escalas)

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  3. Mesmo que tenhamos alguém com quem contar o melhor é termos a certeza de que conseguimos avançar sozinhos. Se o conseguirmos então seremos capazes de tudo! Se o conseguirmos todas as dúvidas não passarão de pequenas pedras às quais damos chutos e que não nos irão incomodar. A luz vai ser mais forte :) Os cruzamentos não vão assustar tanto.

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  4. Este texto sou eu, completamente.

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  5. Aw, obrigada (: Nem acho que esteja propriamente "brilhante" (muito menos comparado com as coisas que leio no teu blogue), mas fico feliz por saber que gostaste.
    E fico ainda mais feliz por saber que os meus comentários te deixam a sorrir. São feitos com a maior das sinceridades (:

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"Se há um livro que queres ler, mas que ainda não foi escrito, então deves ser tu a escrevê-lo."